segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Comer, rezar e amar o filme


Bem, quase sempre é a mesma coisa, quando o filme é uma adaptação de um livro de sucesso, acaba decepcionando. Acredito, que isso se deve em parte porque cada pessoa interpreta o livro a sua maneira, cada pessoa tem um parte que mais gostou, uma frase marcante e aí fica difícil do diretor do filme interpretar tudo isso, por outro lado, acredito também que existe um vontade de seguir o roteiro do livro o que acaba deixando a estória meio cortada, afinal, como resumir um livro em 1 hora e 30 minutos de filme?
Com o Comer, rezar e amar, nao foi diferente, o livro é fantástico, mas o filme nao é tanto, mas vale a pena. Agora o que vale a pena mesmo destacar é a atuação de Javier Bardem, genteeeeeeeee o que é aquilo, ele faz o papel de um brasileiro que a mocinha do filme e autora do livro se apaixona; apesar do sotoque bem carregado (dá até a impressão que ele nao estudou nossa língua...)o espanhol compensou tudo com um charme acima do normal, no quesito charme e sex appeal os brasileiros estão muito bem representados, foi uma delícia assitir a sedução dele. Aliás, compensou o sotoque e todo o resto que não saiu assim tão como o esperado. Por isso, eu que já recomendava o livro, agora recomendo o filme, mas para evitar decepções, quem não leu o livro ainda, deve assitir ao filme primeiro. Preciso confessar que quanto li o livro eu terminei-o fã da Liz e de tudo o que ela viveu, mas quando eu assiti ao filme, claro, que mantive minha admiração por ela, mas o que mais me chamou a atenção foi o jeito leve de viver do Felipe, interpretado por Javier, por isso, segue um trecho de uma entrevista dada por ele, divirtam-se. Bjus


Confira nas páginas a seguir a entrevista de Javier Bardem concedida pela Sony Pictures com exclusividade na região Sul para Zero Hora.

Pergunta - Você tem muito em comum com Felipe, seu personagem em Comer, Rezar, Amar?
Javier Bardem - Eu e Felipe não somos muito parecidos. Eu não dirijo, e ele dirige, para começar (risos). Falando sério: quando interpreto Felipe, há algo nele que eu gostaria de levar comigo. Acho que é o senso de perdão. Ele está bem consigo mesmo, ele está em paz consigo e com quem ele é. Ele não precisa fingir ser outra pessoa para ninguém. Alguns chamariam de egoísmo, mas não acho que seja o caso. Para conseguir oferecer algo a alguém, você precisa aprender a se perdoar.

Pergunta - Ele se isolou porque teve o coração partido e perdeu um pouco da fé...Bardem - Sim, e eu acho que perder a fé é a pior de todas as coisas. Uma vez que você perde a fé, não há mais nada, não há ninguém que vá batalhar por você. Você realmente precisa se levantar e continuar a batalhar. A luta mais difícil é contra seu pior inimigo, que é você mesmo. Quando você se olha no espelho e diz: "Não consigo mais".

Pergunta - Você é emocional e romântico como Felipe?
Bardem - Tenho que ser. Não sei se romântico, mas preciso ser emocional, de outro modo é impossível ser ator. Se você quer ser ator, você precisa ser realmente aberto, deixar-se levar pelas emoções. Não é difícil, atuamos o tempo todo. O difícil mesmo é voltar a ser você depois de ser tomado por todas essas emoções. É onde entra o trabalho do ator. É como disse Marlon Brando, "atuar é muito fácil, todo mundo o faz diariamente para sobreviver". Se você não viver um personagem em seu emprego, você será demitido. Você diz "sim, adoro isso", quando na verdade você pensa "é horrível". Todos atuamos.

Pergunta - Você acha que todos precisam escapar por um tempo do emprego ou da família em algum momento da vida?
Bardem - É claro, embora eu diria que o paraíso é onde você quer que ele seja. Se você realmente der valor às coisas mais valiosas da vida, então você pode encontrar o paraíso no quarto ao lado. Para mim, o paraíso é estar cercado das pessoas que amo, dos amigos que são meus desde os 12 anos. Não importa o que fazemos, quero apenas estar com eles e rir, e debochar de nós mesmos, fingir que nada é importante.

Pergunta - Por que você acha que Comer, Rezar, Amar é tão popular?Bardem - Todos temos crises similares às de Liz Gilbert, não? Quer dizer, não há uma data limite para não ter mais crises. Acho que toda a idade vem com uma crise diferente, e quando vejo o que eu fiz aos 20 anos, eu penso: "Meu Deus, eu fiz isso mesmo?". Mas na hora teve significado, foi importante que eu o fizesse, para aprender alguma coisa. Penso que vivemos em uma sociedade em que ter tudo não é o suficiente, e às vezes temos de ir às raízes do que é não ter nada, nos perder para reencontrar as coisas básicas. E a coisa mais básica de todas somos nós mesmos.

Pergunta - Você foi viajar sozinho aos 20 anos, certo?
Bardem - Certo. Eu planejei a viagem por um ano com um de meus melhores amigos, e, no momento do embarque, eu estava no aeroporto, pronto para subir no avião, e ele não estava lá. Eu liguei para ele, e ele disse que não poderia ir, então eu passei dois meses sozinho em um outro país. Foi assustador ir para um lugar em que você não conhece o idioma, mas eu amei a experiência. Foi lindo. Desde então, sempre volto ao Brasil. E essa é outra das razões pelas quais fiz Comer, Rezar, Amar: para ser brasileiro por um mês, quer dizer, só por um mês. Ser abençoado dessa forma.

Pergunta - Você ficou nervoso em trabalhar com Julia Roberts?
Bardem
- Quando eu cheguei ao set, na Indonésia, todos estavam cansados, mas Julia estava lá, aumentando o nível de energia. Ela é como um treinador de futebol, dizendo "vamos lá, vamos lá, vamos lá!". Para mim, foi de muita ajuda, porque, se você é o recém-chegado, ela pode intimidá-lo. Mas, quando você conhece Julia Roberts, é exatamente o oposto. Foi como "bem-vindo, é isso aí, tudo é fácil, vamos nos divertir", e a partir daí foi tudo mesmo muito fácil. O que você não enxerga quando assiste ao filme é que há uma atriz carregando a energia de 350 pessoas. Se o ator principal desaba, não há filme. Para ser o ator principal em frente às câmeras, você precisa de energia, e você precisa de fé.